A pandemia acelerou diversas tendências no turismo, tais como uso intensivo das tecnologias, valorização das experiências e preferência pelas empresas que têm política (ou iniciativas) de sustentabilidade. Uma das tecnologias que despontou em 2020 e promete revolucionar a forma de vender viagens é a Live Commerce.

Sabemos que em 2020 houve crescimento de 10 milhões de usuários de redes sociais no Brasil (totalizando 150 milhões) e do tempo gasto diariamente (cerca de 4 horas diárias) nessas plataformas (GrowSocial e Hootsuite, 2021). Esse contexto propiciou o crescimento do Live Streaming Commerce, mais conhecido como Live Commerce.

Live Commerce é uma transmissão ao vivo, via redes sociais, para mostrar produtos, tirar dúvidas e fechar vendas imediatas. Essa modalidade combina entretenimento e compras, e muitas marcas se associam com influenciadores ou celebridades para tornar a ação mais divertida e interativa.

O Live Commerce existe há anos. Pense nos programas de venda de produtos ao vivo na televisão. É mais ou menos isso, mas com a grande facilidade de interação ao vivo e dos diversos recursos que as redes sociais oferecem. Assim, a grande vantagem e principal diferença em relação aos antigos programas de TV, é que os seguidores podem interagir com o apresentador (muitas vezes seu grande influenciador) e também com os outros participantes.

Esse formato de venda online é bastante comum na China e em outros países asiáticos e permitiu que algumas empresas turísticas, especialmente aquelas que já estavam familiarizadas com o mundo digital e antenadas com as tendências, aproveitassem a oportunidade para potencializar seu e-commerce.

Live Commerce no Turismo

A Trip.com, maior operadora de turismo no país, é o grande case de sucesso. Seu cofundador, James Jianzhang Liang, fez mais de 25 transmissões ao vivo em 2020, que venderam US$ 294 milhões (Skift, 2020).

A Klook, plataforma que vende experiências, passeios, transportes e outros serviços turísticos, estreou no ano passado na live commerce do turismo, oferecendo códigos promocionais exclusivos para passeios, restaurantes e outras atividades. Resultado: vários itens esgotados em alguns minutos e faturamento quatro vezes maior que o esperado.

A marca de viagens da gigante Alibaba, a Fliggy, lançou centenas de programas de transmissão ao vivo com temas de viagem. A agência de viagens online, com sede em Xangai, realizou passeios virtuais liderados por guias de língua chinesa do Museu Britânico, do Louvre e do Prado.

 

Live Commerce no turismo no Brasil

Apesar de pouco falado aqui no Brasil (por enquanto), a Loumar Turismo, tradicional operadora de receptivo em Foz do Iguaçu, que está sempre antenada com as tecnologias de ponta no mercado, foi a pioneira na Live CommerceAs transmissões começaram em agosto de 2020, e desde então se transformaram em uma poderosa ferramenta de vendas.

A ação mais recente, a Loumar Happy Days, aconteceu em agosto de 2021 e impactou cerca de 1 milhão e meio de pessoas nas redes sociais Youtube, Instagram e Facebook. Foram comercializados pacotes, ingressos, restaurantes e transportes aos espectadores, tudo com muita informação e entretenimento. Segundo Marcelo Valente, CEO da Loumar, a live commerce foi um “divisor de águas na forma de oferecer Foz do Iguaçu”. A operadora acompanhou o que estava acontecendo em outros países e adaptou para a comercialização de produtos turísticos no Brasil.

Sua próxima live commerce, que promete ser ainda maior, será na Black Weekend (a famosa Black de Foz). Esta edição contará com apresentação de stand up, do comediante Alorino Jr, enquanto as ofertas dos produtos são lançadas. É uma mistura de entretenimento, interatividade e experiência de compra. Para acompanhar basta clicar aqui.

Live commerce no turismo é moda?

Destinos turísticos também estão aderindo à live commerce. A Organização Nacional de Turismo do Japão  fez uma live pelo Facebook, para promoção turística de Okinawa. A transmissão visava alcançar usuários da Austrália, Índia, Indonésia, Malásia, Cingapura e Tailândia, já que eram os primeiros países liberados para voltar a viajar ao Japão.

Live commerce pode não ser só uma moda passageira. A Trip.com relata que a audiência e as reservas continuaram crescendo também em 2021, o sugere que a tendência do live commerce pode durar bastante. Conheça as Tendências das Redes Sociais para Turismo aqui.

Além de contar com a plataforma certa, é importante promover a interação com o público, ter uma seção de comentários, realizar pesquisas de audiência ou sessões de perguntas e respostas. Acima de tudo, é fundamental ter uma maneira simples de os clientes clicarem e comprarem a viagem mostrada na transmissão ao vivo.

Hoje, a mídia social não oferece apenas melhores recursos de alcance e engajamento do que as mídias tradicionais, mas também disponibiliza uma plataforma ideal na qual toda a jornada do cliente pode acontecer (da descoberta ao pós viagem). E todos nós, mais cedo ou mais tarde, teremos que mergulhar nas redes para promover nossas marcas e nossos produtos.

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