Os passeios e os pacotes de viagens estão entre os produtos mais antigos no setor de turismo e ainda são relevantes, já que as viagens organizadas ocupam cerca de 34% do volume total de reservas, de acordo com dados da Statista. Mas algumas tendências estão moldando o mercado de passeios e pacotes turísticos, a partir do uso da inteligência artificial, que aprimoram e facilitam a jornada com cliente. 

Se comparada aos setores de hotelaria e transporte aéreo, a tecnologia para vender pacotes e passeios avançou muito pouco. Porém, em função das mudanças nas expectativas dos consumidores e no seu perfil de compra, existe grande necessidade de inovar a forma de distribuição de passeios e, principalmente, dos pacotes turísticos.

Aqui estão algumas das tendências no comportamento do viajante, segundo Phocuswright, que impactam fortemente na cadeia de distribuição do turismo.

Personalização

Estamos acostumados com os algoritmos que nos sugerem séries, filmes, playlists e produtos que são adequados ao nosso perfil. Então, por que não receber sugestões de destinos e serviços turísticos?

Todos sabemos que a personalização é vital e a tecnologia é chave nessa tarefa. Segundo estudo recente da McKinsey, 71% dos consumidores globais esperam que as empresas ofereçam interações personalizadas e 76% ficam frustrados quando isso não acontece.

Portanto, operadores de turismo e fornecedores de passeio precisam focar na oferta de pacotes e passeios personalizados, que atendam às preferências individuais de seus clientes, a partir de análises de dados.

tendências transformando passeios e pacotes

Viagens experienciais: muito além dos passeios turísticos

O turismo de experiência é determinante para a competitividade dos negócios e dos destinos turísticos. De acordo com um estudo recente da American Express, o principal motivo para querer viajar é ganhar novas experiências. O turista não quer mais comprar o pacote padrão ou fazer os city tours clássicos. Ele busca experiências autênticas, que facilitem conexões reais com culturas, costumes, culinária e comunidades locais.

Além da própria formatação de experiências, os operadores turísticos enfrentam outros desafios como a disponibilidade desses produtos em tempo real, geralmente oferecidos por diversos fornecedores.

Menos fricção e estresse

Em geral, as etapas de planejamento e compra da viagem são estressantes e envolvem navegação em vários sites, de diversos fornecedores. À medida que o consumidor se acostuma a usar marketplaces e ferramentas digitais que facilitam suas compras de produtos e outros serviços, como Amazon e Mercado Livre, ele passa a demandar essa facilidade dos fornecedores. Ele tem certa preguiça quando a compra dá trabalho e por isso quer navegar nas plataformas “amigáveis”, sem atrito. Isto significa que os operadores devem fornecer aos usuários sistema de reserva fácil e intuitivo.

Outra possibilidade é oferecer informações antes da viagem, como guias e atualizações, que podem ajudar o viajante a se organizar melhor e evitar situações de estresse.

Reduzir o atrito nas viagens é agregar valor ao cliente, transformando desafios em conveniência, em pontos de contato. Um cliente que se sente bem cuidado, mesmo durante momentos difíceis e imprevistos de sua jornada, não apenas se tornará um cliente fiel, mas também recomendará os serviços a outras pessoas.

O tempo do cliente é precioso

Os consumidores demandam pacotes mais flexíveis, que permitam alterações de última hora. Além disso, os processos de reserva não podem ser morosos, é importante fornecer o produto quando o cliente está procurando.

O uso de inteligência artificial para fornecer recomendações personalizadas aos consumidores ao longo de toda a jornada também é crucial. Quanto antes adaptar-se a essa tendência, mais cedo virão os resultados. Veja as principais tendências do turismo aqui

Hoje o viajante prefere abandonar a rigidez do planejamento para vivenciar experiências ao acaso, já que metade (50%) dos turistas brasileiros adoraria não ter planos definidos antes de viajar, enquanto mais de dois terços (71%) preferem viajar com planos adaptáveis para poder mudar a rota de acordo com o momento (Booking.com, 2023)

Observamos que aos poucos o turista não quer mais aquele produto engessado, sem customização. Ao contrário, ele deseja ser surpreendido, viver experiências únicas, usar a tecnologia para aprimorar sua jornada de compra. Todos nós temos que nos adaptar a essas mudanças e quanto antes o fizermos, mais rápido virão os resultados.

Veja esse vídeo para entender melhor o perfil do viajante 4.0