Foi uma honra poder participar, com apoio da Amadeus, da segunda Competição Mundial de Startups de Turismo promovida pela Organização Mundial de Turismo (OMT), em parceria com a Globalia, grupo turístico líder de mercado na Espanha e América Latina. O evento aconteceu em Madrid, no dia 20/01, na sede da Wakalua, que é o hub mundial de inovação turística.
Das 5.000 startups de turismo inscritas, de 150 países, ficaram 16 finalistas que tinham 5 minutos para apresentar seus pitches aos jurados e investidores. Para se inscrever em uma das 7 categorias, a startup tinha que ser “madura”. Algumas ( cerca de 10% das inscritas) são tão maduras que faturaram mais de 500 mil euros em 2018.
A Competição Mundial de Startups de Turismo da OMT visa identificar empresas que lideram a transformação do turismo, promovendo a inovação e a sustentabilidade. O evento conta com parceiros de peso, tais como Amadeus, Turismo de Portugal, Telefónica, dentre outros.
Confira a seguir, uma breve apresentação das 7 ganhadoras, por categoria:
– Destinos Inteligentes – o prêmio desta categoria foi para Visualfy (Espanha), que tem como objetivo ajudar as pessoas com deficiência auditiva nas viagens de lazer ou trabalho. Essa startup teve o apoio do Distrito Digital Valencia e a iniciativa certamente promove um dos pilares de Destinos Turístico Inteligentes, que é a acessibilidade.
– Desenvolvimento Rural – essa categoria teve o apoio do grupo Globalia e a vencedora foi I Like Local (Holanda). A plataforma funciona como marketplace para conectar turistas com os moradores de países subdesenvolvidos (foram mostrados exemplos na África), de forma a proporcionar experiências autênticas por um lado, e renda extra para os locais. Também gostei muito da outra finalista nesta categoria, que é a mexicana Rutopia.
– Soluções Inovadores de Turismo – a vencedora nessa categoria foi a portuguesa HiJiffy, startup que centraliza, automatiza e mensura as atividades dos clientes de hotéis. É uma plataforma de inteligência artificial que permite aos hotéis aumentar o número de reservas diretas e a melhorar a experiência dos hóspedes por através um assistente de reservas via chat.
– Deep Tech, repensando a localização e a geolocalização – a vencedora desta categoria, apoiada pela Amadeus, foi a mexicana Klustera. A empresa foca na digitalização do comportamento humano no mundo real.
– Sustentabilidade – a vencedora foi a portugesa Live Eletric Tours, que oferece passeios turísticos em carros 100% elétricos, garantindo o compromisso com a sustentabilidade do destino. Essa categoria foi apoiada pela OMT.
– Mobilidade inteligente – a Eccocar (Espanha) desenvolveu, com apoio da Telefónica, solução que permite gerenciar frotas de carros de forma mais ecológica e inteligente.
– Hospitalidade Disruptiva – nessa categoria a vencedora foi a Questo (Romênia). Trata-se de um aplicativo que permite criar rotas turísticas em colaboração com operadoras locais sobre um tema específico, inspirado num filme, série, livro ou celebridade local. Um app que te ajuda a criar experiências únicas e super personalizadas, de acordo com o seu gosto e interesses.
Também foram premiadas na categoria Inovação Social, com apoio do IE Africa Center as startups Enjoy Agriculture (Senegal), que oferece experiências para turistas relacionadas com agroturismo e EBikes4Africa (Namibia), que disponibiliza bicicletas elétricas para turistas e locais.
Recomendo dar uma olhada nas outras finalistas da segunda Competição Mundial de Startups de Turismo, que também desenvolveram soluções super inovadoras. São elas: TravelX (India/USA), Zeleros (Spain), Road.Travel (Russia), Hackpacking (Peru), Rutopia (Mexico), LUGGit (Portugal), Adventure Junky (Australia), La Voyageuse (France) e Pikala (Morocco).
O que eu aprendi na segunda Competição Mundial de Startups de Turismo:
– Fora da inovação não há salvação… (rs). É uma brincadeira, claro, mas a inovação é o que diferencia, cada vez mais, empresas bem sucedidas das fadadas ao desaparecimento. Em plena era de transformação digital, a inovação precisa estar no foco das empresas, de qualquer segmento, de qualquer tamanho.
– Das 7 startups vencedoras, duas são portuguesas. E não é à toa. Portugal é uma referência no ecossistema de inovação turística e fomenta o desenvolvimento de empresas que usam a tecnologia para criar soluções inovadoras para o turismo inteligente. E os resultados desses esforços já são claros!
– Soluções incríveis são criadas no mundo todo para melhorar a experiência do viajante; promover a mobilidade; minimizar os impactos negativos do turismo nos destinos e nas suas comunidades; cuidar do meio ambiente;, gerar renda em lugares de extrema pobreza, etc. É simplesmente sensacional ver tantos jovens engajados com projetos que promovem o desenvolvimento sustentável do turismo.
– Ao refletir sobre o turismo no Brasil, lá no evento, me senti em outro universo. É certo que ainda temos muitos gargalos para o desenvolver o turismo, como qualificação dos profissionais, sinalização, promoção, etc. Essas “tarefas” têm que ser feitas, claro. Mas, ao mesmo tempo, temos que acompanhar as tendências e, principalmente, investir em inovação. Isto significa fomentar e apoiar startups de turismo brasileiras (conheço várias, que são super inovadoras) e também criar programas de inovação nas empresas do setor de turismo.
As mudanças são cada vez mais rápidas, mas vejo um cenário muito bonito, com diversas soluções bacanas, que resolvem os problemas das pessoas, das cidades, dos destinos e principalmente do meio ambiente. Precisamos repensar nossos propósitos, carreiras e empresas para fazer parte desse Admirável Turismo Novo. Meu sonho é ver startup brasileira na próxima edição da Competição Mundial de Startup de Turismo. O Wakalua promove no Brasil a primeira Competição Brasileira de Startups e os três vencedores estarão classificados para a final, em Madrid.
Bora pensar juntos?
Você pode saber mais sobre a Competição Mundial de Startups de Turismo aqui.
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