O Ministério do Turismo, por meio do Diretor de Estudos e Pesquisas, José Francisco Salles Lopes, realizou pesquisa durante a Copa das Confederações no Brasil, para identificar o perfil do turista que participou do evento. Foram entrevistadas 7.357 pessoas nos aeroportos e estádios de futebol. Vale a pena analisar os principais resultados desse estudo.

O estado de São Paulo foi o maior polo emissor de turistas domésticos para a Copa das Confederações, confirmando sua posição como maior emissor nacional. Em relação ao receptivo internacional, o México foi o principal país emissor de turistas internacionais para a Copa das Confederações, com mais de 30% do total, seguido por Estados Unidos (13,7%) e Uruguai (9,2%).

A principal motivação dos turistas era assistir aos jogos. Em média, os turistas entrevistados permaneceram 4 noites na cidade-sede. Vale observar que aproximadamente 17% dos entrevistados não pernoitou no local. Um número bastante significativo……

A maioria dos turistas (60%) ficaram hospedados em hotéis e pousadas. Mas uma grande parcela, cerca de 34%, se hospedou na casa de amigos ou familiares. O gasto médio do turista brasileiro foi de R$ 1.042,00 e dos estrangeiros foi de R$ 4.854,00.

Quanto aos aspectos negativos apontados pelos turistas, merecem destaque: preços, mobilidade urbana, segurança, transporte público, acesso aos estádios, limpeza das cidades e as manifestações.

Fica claro que o governo brasileiro, apesar de investir em aeroportos, ainda não está fazendo sua lição de casa. Sabemos que o grande legado da Copa 2014 é a visibilidade que o país alcançará em termos globais, que contribuirá para a vinda de turistas internacionais posterior ao evento.

O setor turístico, e principalmente as empresas que atuam no receptivo, pode (e deve) desempenhar o seu melhor papel para atender as demandas dos visitantes. No entanto, a imagem do país, que milhares de visitante levarão de volta às suas cidades de origem e aos seus milhares de amigos virtuais, será formada pelas percepções dos serviços privados (hotéis, restaurantes, receptivos, etc.) e também pelos serviços públicos (transporte, sinalização, segurança, limpeza, etc.).

É uma pena que o governo, nas suas três esferas, não aproveite esta grande oportunidade para ter mais cara de país emergente ou desenvolvido. Nós, brasileiros, passamos um “carão” e ainda amargamos a lástima dos serviços públicos….