A pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), para analisar a demanda internacional, revelou que 95,4% dos turistas estrangeiros têm intenção de voltar ao país. Foram ouvidos 39 mil turistas em 16 aeroportos, durante a alta, baixa e média estações.

Uma análise cuidadosa dos resultados da pesquisa mostra que os turistas estrangeiros querem voltar, mas também querem mais: mais serviços, mais facilidades e preços mais acessíveis! Vamos por partes!

Apenas 29% dos turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2011 ficaram surpreendidos, ou tiveram satisfação superada em relação ao país. O montante de visitantes que ficou plenamente satisfeito foi de 53% em 2011, sendo que em 2009 esse percentual atingiu 60%. Sempre falamos que os turistas ficam mais experientes e, consequentemente, mais exigentes em relação aos serviços. Talvez esses dados reforcem essa tese.

Com relação à infraestrutura, os serviços de limpeza pública, táxi, transporte público, telecomunicações e sinalização turística receberam em 2011 notas mais baixas que nos anos anteriores. Os gestores de destinos turísticos e empresários com poder político devem cobrar dos governos municipais e estaduais melhorias nesses atributos. Não se trata apenas de se preparar para os grandes eventos esportivos, mas de atender aos turistas internacionais que visitam nosso país hoje!

Os itens avaliados de infraestrutura turística foram: aeroporto, rodovias, alojamento e diversão noturna. Com exceção de rodovias, todos os demais aspectos receberam notas inferiores às dos anos antecedentes. Por exemplo, alojamento foi bem avaliado com 92,6% em 2011, mas em 2005, 2006 e 2007 esse atributo chegou a 95,6%. Isso mostra que, apesar de satisfeitos com a hotelaria no país, há espaço para melhorias nos serviços e talvez nas instalações. Não é surpresa, mas vale comentar que a avaliação de aeroporto caiu de 86,9% em 2005 para 73% em 2011.

Também foi mensurada a satisfação dos turistas em relação aos seguintes serviços turísticos: guias de turismo, informação turística, hospitalidade, gastronomia e preços. Nessa categoria, todos os atributos receberam, em 2011, avaliação pior que nos anos anteriores. O quesito preço chama atenção, pois sua avaliação chegou a 71%, em 2009, e caiu para 50%, em 2011. O Brasil ficou mais caro para os estrangeiros, que comparam preço e qualidade dos serviços em diversos países.

A desoneração do segmento hoteleiro, propiciada recentemente pelo Plano Brasil Maior, não é suficiente para aumentar a nossa competitividade no mercado turístico internacional. Ainda há muito trabalho a ser feito, no sentido do aprimoramento e profissionalização dos serviços! Se baixar preços é complicado, que tal elevar a qualidade dos serviços, para que a relação custo-benefício fique mais equilibrada?

Para acessar a pesquisa na íntegra, clique aqui. E se você gostou deste post, leia também “Perfil do Turista do Mundial de 2014“.