Os nativos digitais estão transformando a forma como viajamos. Acompanhar o comportamento dos jovens é extremamente importante para os negócios, afinal os millenials e a Geração Z representam 45% do mercado global de viagens. Além da importância econômica, considero relevante entender seus valores, perfil de compra e como se relacionam com a tecnologia e questões ligadas à sustentabilidade, uma vez que as demais gerações tendem a seguir esses padrões.

Para atender a essa demanda que está em constante transformação, é importante ter estar aberto ao novo e ter vontade de adaptar os serviços e experiências de compra às novas necessidades desses viajantes. Afinal, vivemos tempos de muitas incertezas e as mudanças são cada vez mais frequentes e rápidas.

O primeiro grande pilar a focar nossos esforços é a digitalização. A Geração Z se inspira, planeja, reserva, viaja e compartilha suas experiências quase em tempo real. Não tem paciência para as marcas que não estão presentes no mundo digital, gosta de usar a tecnologia para facilitar suas tarefas e está disposta a compartilhar seus dados para receber informações de viagens personalizadas.

Os jovens da Geração Z esperam das marcas turísticas excelente comunicação digital, atendimento automatizado por chatbots e muita agilidade, seja no check in/out de um hotel, totens de autoserviço, chave eletrônica e outras tecnologias que melhoram sua experiência de viagem, como o comando de voz, chave eletrônica e até a possibilidade de pagamento com criptomoedas.

As redes sociais têm uma relevância especial para alcançar a Geração Z. Plataformas como Tik-Tok e Instagram são essenciais para compartilhar conteúdo que inspira novas viagens e facilita a jornada de compra. Esses jovens escolhem as mídias sociais e comentários quase como as únicas fontes para guiá-los durante o processo de compra.

É importante lembrar que a digitalização vai muito além do marketing digital. Trata-se de integrar tecnologias que permitam melhorar os processos, fazer melhor gestão do negócio, ou seja, trabalhar constantemente no desenvolvimento do negócio.

Dessa forma, o usuário tem total liberdade para decidir a melhor alternativa para sua viagem levando em conta seu orçamento, gostos e preferências, tornando as viagens mais personalizáveis.

Outra tendência que ganhou ainda muita importância nos últimos anos é a sustentabilidade. A Geração Z é bastante consciente em relação aos cuidados com o planeta e busca opções de compra que sejam mais sustentáveis.

Foto: Unsplash

Hotéis, restaurantes e agências que oferecem opções de roteiros mais responsáveis são priorizadas. Esses jovens aprenderam cedo a importância da sustentabilidade e querem dar a sua contribuição ao mundo. Alguns compartilham da “flight shame”, ou vergonha de voar, endossando o ativismo ambiental da Greta Thunberg. Outros embarcam em roteiros de volunturismo, de forma a colaborar com as comunidades que visitam por meio de trabalho voluntário.

A Geração Z não quer apenas visitar e fotografar “cartões postais” nos destinos visitados. Ela busca experiências autênticas, envolvimento com a comunidade e voltar para casa com “bagagem” maior, no sentido de ter ganhado conhecimento.

Fazer um city tour tradicional, viajar em grupos grandes e outras características do turismo tradicional não fazem o menor sentido para esses jovens.

Essas mudanças de comportamento, felizmente, nos forçam a pensar em produtos sustentáveis, usar a tecnologia para facilitar os processos e a criatividade para inovar. São mudanças muito bem vindas ao nosso turismo, que certamente ajudam a construir um futuro melhor.

Leia também meu artigo na coluna Turismo Digital, no site Mercado & Eventos, clicando aqui