Eu tenho falado sobre Transformação Digital no Turismo nas minhas palestras, cursos e consultorias. Não é raro as pessoas me olharem com cara de interrogação, como se essas mudanças estivessem acontecendo em outros países ou até outro planeta. A questão é que essa Transformação Digital no Turismo já começou e não tem volta!
Pode parecer assustador para alguns e um mar de oportunidade para outros. Sabemos que as mudanças acontecem numa velocidade avassaladora e a tecnologia é o grande fio condutor desse processo.
O que é a Transformação Digital?
O processo de transformação digital é o uso da tecnologia para melhorar o produto e experiência do consumidor, os processos de gestão e o desempenho dos profissionais, aumentando a produtividade das organizações e garantindo melhores resultados. Mas isso não envolve apenas a tecnologia, significa principalmente uma mudança de mentalidade. E muita gente e muitas empresas ainda resistem às mudanças.
Particularmente penso que contra o progresso não há o que fazer. Ao contrário, acredito que quanto mais tempo demoramos para acompanhar as mudanças, mais difíceis ela ficam. Seguem, então, alguns exemplos da Transformação Digital no Turismo:
Inteligência Artificial no Turismo:
Diversas companhias aéreas, hotéis de rede e também os independentes e destinos, como Nova York, utilizam chatbots, que são os robôs dotados de inteligência artificial para atender e responder às demandas dos clientes, 24 horas por dia, 7 dias na semana.
A inteligência artificial também será usada para evitar atrasos dos voos. Segundo matéria da Época Negócios, companhias aéreas têm perdas expressivas devido aos atrasos nos voos. Em 2017 foram US$ 26 bilhões de gastos em função dos atrasos. Por isso, a Airbus começa a implantar no painel de controle das aeronaves tecnologia dotada de inteligência artificial, que dá acesso a dados que ajudam a gerenciar pousos e decolagens, otimizando o tempo em solo e reduzindo custos.
Utilização de Big Data na indústria de viagens:
Não são apenas os destinos turísticos inteligentes, como Benidorm na Espanha, que utilizam o Big Data, que é um conjunto enorme de dados para tomada de decisões estratégicas. Hotéis de todos os portes, aeroportos, rodoviárias, atrações e destinos, como Maceió, oferecem wifi grátis aos viajantes. As essas empresas que fornecem essa tecnologia têm acesso a uma enorme quantidade de dados dos usuários que utilizam a internet gratuita. Sabem, por exemplo, quanto tempo navegam, as plataformas (sites, redes sociais, etc.), e-mail do usuário, dentre diversos outros dados.
Ao entrar no Google para fazer buscas, ou quando visitamos sites, deixamos rastros que são usados pelas empresas de forma estratégica, para nos conhecer melhor e nos oferecer, no momento certo, produtos e serviços que desejamos consumir (muitas vezes nem conhecemos esse nosso desejo, mas as máquinas sim).
A grande sacada é, portanto, saber interpretar e decidir como usar todas essas informações.
Realidade Virtual no Turismo
Óculos de realidade virtual (VR) fazem grande sucesso nas feiras de negócios. Eles permitem que o usuário conheça uma empresa, um destino, um centro de convenções, as instalações de um hotel, etc. O potencial turista pode usá-los, numa agência de viagens, para decidir se faz um cruzeiro pelo Alasca ou um trekking nas montanhas do Colorado.
Essa tecnologia está cada vez mais acessível e diversas empresas aqui no Brasil também têm utilizado para vender passeios, tours e eventos. O destino Maceió inovou ainda mais, usando esta tecnologia para treinar agentes de viagens. Fantástico, não é?
Enfim, são várias excelentes iniciativas que surgem todos os dias para deixar a nossa indústria de viagens cada vez mais interessante e instigante. Podemos cruzar os braços e assistir a essas mudanças no camarote ou podemos abraçá-las para sermos protagonistas desse processo. De que lado você prefere estar?
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