Seis de cada dez viajantes corporativos acabam se tornando bleisure (termo em inglês que significa business + leisure), de acordo com pesquisa realizada pela Expedia. Como atrair esse público e adaptar o marketing continua sendo um desafio para destinos, agências de viagens, hotéis e outros prestadores de serviços.
Viajantes bleisures: quantos são e o que apreciam
Não é a toa que diversas empresas e profissionais estão atentos a esse público alvo. Em 2016, nos Estados Unidos 43% das viagens corporativas se transformavam em bleisure. Em dois anos esse percentual subiu para 60% e na Alemanha já atinge 65% dos turistas corporativos. E esse número tende aumentar ainda mais, com o incremento dos millennials no mundo corporativo. Para eles, viajar e descobrir o mundo é quase um propósito de vida.
Esta pesquisa da Expedia, publicada recentemente, abrangeu 2500 turistas bleisures da China, Estados Unidos, Índia, Alemanha e Reino Unido. É interessante observar o comportamento parecido desses consumidores, que moram em países tão diversos.
Para o diretor de novos negócios do grupo Expedia, o grande desafio das empresas em relação à comunicação com os bleisures, é que o processo de tomada de decisão é muito rápido, e eles têm menos tempo para planejamento e compra de serviços turísticos. Assim, para oferecer uma noite extra, locação de carro, passeio ou outro serviço adicional, é fundamental investir nas ferramentas que tenham chamada para ação (na linguagem do marketing digital “call to action” ou CTA), no momento mais oportuno.
De acordo com os entrevistados, as viagens a trabalho tendem a virar bleisure quando: a cidade é ativa e oferece muitas opções de lazer (48%), o destino é conhecido e está na lista de desejo (43%), é fácil circular pela cidade (38%), o número de noites no destino permite aproveitar a cidade (37%), está mais perto do fim de semana (37%), e quando é possível se encontrar com amigos (34%).
Os bleisures gastam praticamente 2/3 do orçamento com hotel, passagem aérea e alimentação. E 69% deles optam pelo cartão de crédito como principal meio de pagamento.
Outro fator importante a ser considerado na oferta de serviços é que 65% viajam sozinhos e portanto estão mais abertos às opções de lazer do que se estivessem acompanhados.
A pesquisa também aponta que cerca de 70% das viagens profissionais são para participar de eventos. Portanto, existe uma grande oportunidade para os destinos fomentarem, em parceria com os organizadores de eventos, maior permanência no destino, oferecendo atividades e experiências turísticas.
Ao contrário do viajante de lazer, o bleisure não reserva antecipadamente suas atividades. Essas ofertas devem chegar ao potencial cliente no momento oportuno e com apelo diferente das que são direcionadas ao turista de lazer.
As atividades preferidas dos viajantes bleisures, de acordo com a pesquisa, são a gastronomia (56%), praias (52%), visitas a espaços naturais (51%), monumentos históricos (49%), museus e espaços culturais (41%), atrativos turísticos (39%) e atividades ao ar livre (34%).
Outra variável importante para as campanhas de marketing para bleisures é se a viagem está próxima do final de semana, o que permite esticar sua estada. Isso vale para destinos domésticos ou internacionais. Segundo a pesquisa, os bleisures estão mais interessados no que a cidade pode oferecer.
Para criar campanhas de marketing visando os bleisures, é importante considerar o destino turístico (A cidade tem potencial turístico? Oferece boa gastronomia e opções de entretenimento?), a data da viagem (quanto mais perto do final de semana melhor), a permanência no destino (quanto mais longa a estada maior a possibilidade de optar por atividades de lazer) e principalmente, lembrar que eles têm menos tempo para planejar e comprar a viagem, o que exige muita estratégia dos marketeiros para acertar no alvo!
O relatório da pesquisa pode ser acessado na íntegra aqui.
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