Já escutamos essa frase diversas vezes: “se agora está assim, imagina na Copa!”. Ouvimos nos aeroportos ou quando o serviço do hotel falha, ao pedir informação numa cidade desconhecida, ao não encontrar a sinalização correta e em várias outras situações.

Muita gente tem receio do país fazer feio na Copa 2014. Eu me preocupo com o presente, pois tenho certeza de que muitas cidades e empresas não se esforçam  HOJE para oferecer bons serviços!

Passei minhas férias num dos estados que sediará o Mundial. A capital, que é uma das 12 cidades sede e também sede da Copa das Confederações, me deixou perplexa diante de tantos amadorismos. As falhas absurdas em um dos melhores hotéis da cidade, a falta de preparo da locadora de automóveis, a agência de receptivo que atrasa uma hora para pegar seus clientes (num roteiro que dura  4 horas, ou seja, comprometendo 25% do passeio), o despreparo dos garçons em todos os estabelecimentos visitados, a desorganização no embarque e desembarque do transporte marítimo, a preocupação constante com a segurança, a falta de limpeza,  e por aí vai….

Ao visitar outras cidades do estado, nos deparamos com os mesmos problemas. O gerente da pousada que chega atrasado ao estabelecimento para fazer o check out dos hóspedes e que aproveita para “lavar roupa suja” em pleno expediente, os restaurantes que nunca têm todos os pratos do cardápio, os fornecedores de serviço (formais e informais) que exploram os turistas, porque pensam que é melhor trabalhar pouco e ganhar mais ….

Não pensei na Copa, mas me senti envergonhada pelo engodo que é o turismo receptivo em diversas partes deste país. Os brasileiros e estrangeiros que visitam o país hoje notam as falhas na prestação de serviços e até a falta de respeito com eles. Precisamos entender de uma vez por todas que não nos basta ter simpatia e sermos “hospitaleiros”.

Os nossos preços não são tão competitivos como eram no passado. Nossos serviços não são de excelência. Então, como vamos aumentar nossa participação no mercado turístico global, apostando na beleza natural do país e na alegria do povo brasileiro?

Temos que ser profissionais, capacitados, qualificados, enfim focados na satisfação do cliente. Existem diversos destinos internacionais que já entenderam esse recado e contam com ótima oferta turística. Ou investimos no aprimoramento dos serviços e na qualificação profissional, ou corremos o risco de desperdiçar as oportunidades proporcionadas pelos megaeventos que acontecerão no país. E isso não é bom para ninguém!